A pesquisa consistiu-se na utilização de bactérias sintetizantes da enzima quitinase no controle biológico de fungos, visando uma alternativa natural aos fungicidas convencionais, contribuindo cientificamente nas áreas da microbiologia, bioquímica e engenharia ambiental. Objetivou-se isolar e analisar a atuação de microrganismos quitinolíticos naturalmente presentes no solo no controle biológico de fungos, verificando sua efetividade como antagonistas ao desenvolvimento fúngico e como alternativa aos fungicidas convencionais, uma vez que estes causam malefícios ao meio ambiente e à saúde humana, estando relacionados ao aumento de casos de doenças congênitas na população global. Para isso, isolou-se microrganismos decompositores de quitina a partir de amostras do solo por métodos de isolamento bioquímico, tendo como fonte de carbono do meio apenas quitina extraída de cascas de camarão. Realizou-se cultivo e monitoramento dos isolados em meio contendo biomassa de um fungo do gênero Penicillium, que possuía a característica padrão nos fungos e alvo da presente pesquisa, sendo esta a presença de quitina em sua parede celular, para selecionar os que produzem maior quantidade da enzima através da velocidade de viragem da coloração do meio contendo indicador de pH. Produziu-se o cultivo líquido dos selecionados, filtrou-se e se utilizou do extrato para realizar as análises gravimétricas de degradação da biomassa fúngica em função do tempo. Realizou-se testes estatísticos de pareamento de colônias com todos os isolados para analisar a efetiva ação antagonista dos microrganismos quitinolíticos para com o desenvolvimento fúngico estudado. Isolou-se sete tipos diferentes de bactérias quitinolíticas do solo. Dentre as isoladas, selecionou-se qualitativamente duas bactérias que produziram maior quantidade da enzima quitinase e se avaliou quantitativamente o potencial degradativo dos extratos em função do tempo. Resultados indicaram que o extrato de uma das cepas isoladas degradou mais de 33% do fungo in vitro, em apenas 24h, demonstrando grande potencial fungicida devido ao curto período e grande degradação concomitante. Testes in vivo de pareamento de colônias confirmaram a grande atuação antagonista de todas as cepas para com o desenvolvimento do fungo estudado, tendo-se todas as inibições de crescimento maiores que 53%, e destacando-se ainda a atuação de duas das sete isoladas, que mostraram os melhores desempenhos dentre todas, ao inibirem 72,28% e 76,57% do crescimento fúngico. Concluiu-se com as análises realizadas que microrganismos quitinolíticos naturalmente presentes no solo, em especial as bactérias obtidas, podem desempenhar grande e efetiva ação fungicida e antagonista para com os fungos quitinosos e representam uma alternativa natural aos fungicidas convencionais, podendo retardar ou até impedir o desenvolvimento dos fungos fitopatógenos e até mesmo de outros fungos, patógenos aos animais ou ao ser humano, que apresentem quitina em suas formulações estruturais. Os próximos passos da pesquisa consistem em caracterizações enzimáticas, identificação das cepas isoladas por métodos de análises instrumentais e testes em outras espécies de fungos quitinosos que desempenhem ações patogênicas. Palavras-chave: Bactérias. Extrato enzimático. Quitina. Controle biológico. Fungos.