Potencial terapêutico das cascas da jabuticaba e seus benefícios à pele A pele, maior órgão do organismo humano, apresenta diversas funções, como cicatrização e manutenção da homeostase. A incidência de feridas, principalmente as crônicas, causam grande impacto na vida do paciente, mas nem sempre os medicamentos usuais são acessíveis a uma grande parcela da população. Neste contexto, substâncias capazes de auxiliar no combate aos radicais livres e aos microrganismos patogênicos, tornam-se promissoras no desenvolvimento de novas alternativas para a saúde da pele e para o tratamento de lesões cutâneas. A jabuticaba (Plinia cauliflora, Myrtaceae) é uma fruta nativa e amplamente cultivada no país. Possui curto período de comercialização, pois é muito perecível, além das cascas constituírem resíduo das indústrias de polpas. Atualmente, o Brasil é um dos países que mais produz rejeito agroindustrial, o que contribui para o agravo de problemas ambientais. Este trabalho teve então como objetivo investigar o potencial terapêutico das cascas da jabuticaba e seus benefícios para a saúde da pele, através da realização de ensaios químicos e biológicos, buscando desenvolver um fitomedicamento mais acessível à população. Foram preparados dois extratos a partir das cascas, bem como realizou-se um processo de fracionamento, que levou à obtenção de uma fração enriquecida em componentes fenólicos. Através de análises cromatográficas, pelas técnicas de CCD, HPLC-DAD e LC-MS, foi possível realizar um estudo comparativo, bem como detectar as principais classes químicas presentes nas amostras, sendo verificada a riqueza de substâncias fenólicas com propriedades bioativas. O ensaio de DPPH mostrou efetiva ação antioxidante para todas as amostras, que apresentaram CE50 melhores do que o controle positivo empregado, um medicamento já comercializado. Estes resultados indicam que as cascas da fruta constituem uma alternativa terapêutica promissora. Foi desenvolvida uma proposta de fitoterápico para uso tópico, na forma farmacêutica gel, que apresentou boas propriedades físico-químicas e organolépticas. A utilização das cascas da jabuticaba como matéria-prima bioativa favorece a redução do impacto ambiental e permite um maior acesso da população, contribuindo assim para o avanço na melhora da saúde nacional. Palavras-chave: Pele. Antioxidante. Compostos fenólicos. Fitoterápico. Plinia cauliflora.