O projeto PhysioArm une as áreas de eletrônica, mecânica e fisioterapia visando auxiliar no processo de recuperação das sequelas causadas pelo acidente vascular cerebral em membros superiores. O AVC é causado pela interrupção da circulação sanguínea em uma região do cérebro, o que causa lesões nos tecidos cerebrais. A gravidade das sequelas depende da área atingida e da extensão da lesão, podendo causar deficiências neurológicas, sensitivas, motoras e/ ou cognitivas, afetando principalmente a independência e a qualidade de vida dos indivíduos. A hemiparesia, que é caracterizada pelo comprometimento muscular em apenas um lado do corpo, é uma das lesões mais comuns, atingindo 8 em cada 10 pacientes, como afirma Guerra (2017). Esse comprometimento dificulta a realização de atividades cotidianas, como comer, sentar e vestir-se. Nesse cenário, a fisioterapia é um recurso importante na recuperação da saúde física do paciente, a qual utiliza de diversos métodos para reabilitar as funções dos membros afetados. A cinesioterapia, um dos métodos, é caracterizada pelo uso de alongamentos, mobilizações, exercícios físicos repetitivos e exercícios com foco na funcionalidade. Levando em conta que a velocidade de recuperação dos membros superiores é geralmente mais lenta do que a dos inferiores (MARIANO et al, 2012), e o impacto que eles geram na autonomia do indivíduo, o presente trabalho buscou desenvolver o projeto de um dispositivo para mover o membro superior de pacientes pós AVC, servindo como um recurso a ser utilizado na fisioterapia. Após feita a fundamentação teórica do projeto, que foi baseada em livros e artigos científicos, o dispositivo foi projetado no Autodesk Inventor 2020. Ele foi desenvolvido para executar os movimentos repetitivos de adução e abdução horizontal de ombro e de flexão e extensão do cotovelo, com objetivo de melhorar o padrão motor visando a funcionalidade do movimento. A análise de tensão, feita no mesmo software, mostrou que o dispositivo é capaz de suportar o peso do membro superior com segurança e sem grandes deformações. Para realizar a movimentação foi definido motores de passo, devido a sua precisão no controle de ângulo e de velocidade. O controle dos movimentos é feito por um aplicativo de celular que foi desenvolvido na plataforma MIT App Inventor. A interface da aplicação foi pensada para ser intuitiva e de simples utilização pelo fisioterapeuta. Foram realizados testes com um motor de baixa potência controlado por uma placa Arduino Uno para validar a programação e a comunicação entre aplicativo e microcontrolador, os quais foram bem-sucedidos. Os objetivos planejados para este ano foram concluídos. A projeção do protótipo foi feita com componentes comerciais ou peças possíveis de serem fabricadas, o que viabiliza sua futura construção. Palavras chave: AVC. Fisioterapia. Mecânica. Eletrônica. Membro Superior.