O projeto conta com uma estrutura que tem por objetivo solucionar o problema de sustentabilidade em missões espaciais. Com intuito de agregar novas tecnologias à exploração espacial e utilizar energias renováveis, desenvolvemos um módulo que possui capacidade de autossustentação. Nossos recursos naturais estão esgotando e, integrando como fator preocupante, um alto índice de dejetos humanos lançados na órbita da Terra até serem carbonizados em sua reentrada na atmosfera, justificando-se pela produção por pessoa acentuada de 503 litros de urina e 163 kg de fezes, valor médio anual, provocando danos à camada de ozônio e aumentando a porção de lixo espacial que também orbita nosso planeta. Isso justifica a escolha da microalga Botryococcus braunii para engendrarmos uma nova manutenção autossustentável. A solução proposta pelo trabalho antepõe a utilização de painéis solares fotovoltaicos como base para a sustentação energética do complexo e o reaproveitamento via o armazenamento das fezes e urina dos astronautas em uma composteira, compreendendo que a liberação de gás natural oriunda do processo de decomposição dos excrementos humanos possui 75% de sua composição em metano (CH4). A partir disto, o sistema da bomba de injeção de ar atmosférico realizará a reforma do metano, utilizando um catalisador à base de níquel e cobre aquecidos a 973 K, para a conversão do metano em hidrogênio e monóxido de carbono, tais irão proporcionar um aumento na produção de lipídeos das microalgas, dessa forma, os rejeitos serão utilizados para processos capazes de gerar adubo, oxigênio, biomassa, converter óleo vegetal – extraído da biomassa – em biodiesel, água tratada e energia para encerrar o ciclo de sustentação da própria aeronave. Nesse sentido o desenvolvimento de um módulo de sobrevivência autossustentável permite a implementação de recursos renováveis em sistemas desenvolvidos com alta tecnologia, afim de ampliar os conhecimentos relacionados a área da exploração espacial, retirar cerca de 489 kg de dejetos, a cada três astronautas, anuais do espaço, com o intuito de diminuir o valor do capital a ser investido em projetos de mesma influência e/ou ramo de atuação, assim, provando ser possível a execução de projetos econômicos a longo prazo apenas reutilizando dejetos e microalgas. Analogamente, foram obtidos por meio da microalga B. braunii valores estimados de sua produção, resultados atingidos através de levantamentos das informações analisadas por dissertações já publicadas e pelas deliberações do projeto como um todo. Em suma, o estudo mostrou que é possível, por meio do sistema elaborado, produzir fontes que trarão um grande avanço para as novas formas de exploração espacial, destarte, o uso de materiais, anteriormente descartados, torna esse processo gratificante e mostra como a ciência pode e deve avançar de forma sustentável. Palavras-chave: Botryococcus braunii. Biomassa. Compostagem. Energia renovável. Resíduos espaciais.