Conforme apontado pelo Ministério da Saúde, o Brasil possui um dos maiores programas de transplante de órgãos no mundo. De acordo com a ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos), a doação pode ocorrer com o doador vivo (diminuindo a possibilidade de múltipla doação de órgãos) ou declarado com morte encefálica. Devido aos fatores envolvidos para realização do transplante, como compatibilidade sanguínea, idade, peso, gravidade do estado do paciente e outros, nem sempre o doador e receptor serão do mesmo Estado. Nestas situações, o transporte destes órgãos é comandado pela Central Nacional de Transplantes. O transporte do órgão é feito em uma caixa térmica com gelo entre diversas camadas de proteção. Devido às condições de transporte, problemas logísticos como a temperatura inexata (que pode tornar o tempo de isquemia menor), perfuração do órgão por pedaços pontiagudos de gelo e peso da embalagem (dificultando o manuseio) podem comprometer o órgão, tornando-o inepto para implante. Com base nos dados citados anteriormente, o projeto LIFE KEEPER visa o aprimoramento da embalagem de transporte, a fim de oferecer melhores condições de conservação, manuseio e armazenamento temporário dos órgãos, para que ocorram mais transplantes seguros. Seguindo as normas técnicas de segurança focadas em projetos de extra baixa tensão, conforme a NR-10 e NBR 5140, o objeto do projeto utilizará o microcontrolador Arduino Uno e contará com as pastilhas Peltier para realizar a sua função. Estas pastilhas baseiam-se no Efeito Peltier, que explica a diferença de temperatura em uma junção de dois materiais condutores. Essa diferença é baseado no sentido da corrente, isto é, dependendo da polaridade que a mesma é aplicada, o meio em que a junção se encontra tende a aquecer ou a absorver o calor. No intuito de fornecer maior segurança no manuseio da caixa de transporte, serão utilizados sensores de temperatura conectados tanto na parte interna quanto na externa e a um display LCD 16×2, para que a mudança de temperatura e a escassez da mesma sejam visíveis ao técnico responsável pelo transplante do órgão. Como recomendado pela empresa Peltier, um dissipador de calor também será utilizado a fim de evitar superaquecimento no protótipo. A fim de proporcionar maior segurança na manipulação de órgãos, este projeto inclui um botão de pressão para ligar/desligar o circuito, sendo de responsabilidade do manuseador ativá-lo. Uma bateria móvel também será utilizada, evitando o uso de energia elétrica externa e facilitando a locomoção. Além disso, a caixa terá um design que impedirá parcialmente os danos por impacto e mantendo os critérios de saúde exigidos pela RESOLUÇÃO-RDC No – 66. Para a análise de dados será realizada uma série de testes de temperatura em um ambiente isolado, marcando a temperatura ambiente e a temperatura após o dispositivo ser ativado. Por meio deste será possível comprovar a eficácia do projeto e então planejar as próximas etapas do projeto, que incluem a introdução do produto no mercado. Palavras-chave: transplante de órgãos, transporte, Efeito Peltier, programação.