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O poliestireno expandido (EPS), conhecido como Isopor® no Brasil, é um polímero sintético derivado do petróleo, descoberto em 1949 pelos químicos Fritz Stastny e Karl Buchholz. Inicialmente considerado um produto de luxo devido ao seu alto custo e ao processo de produção lento, o EPS tornou-se amplamente utilizado desde 1968, com a evolução tecnológica. Hoje, ele é encontrado em aplicações como construção civil, embalagens térmicas e equipamentos de segurança. No entanto, o EPS apresenta sérios problemas ambientais: seu tempo de decomposição é praticamente indefinido e, quando descartado inadequadamente, se fragmenta em microplásticos que absorvem compostos tóxicos, prejudicando a fauna marinha e os seres humanos que consomem produtos contaminados. Além disso, a reciclagem do EPS enfrenta desafios econômicos, pois seu valor de mercado é baixo devido à sua baixa densidade, o que reduz o interesse dos catadores e torna o processo pouco viável financeiramente. Diante desses problemas, o projeto de pesquisa proposto busca desenvolver embalagens biodegradáveis e sustentáveis utilizando o bagaço de cana-de-açúcar, um resíduo agrícola que é descartado em feiras livres do bairro Siqueira Campos, em Aracaju/SE. O objetivo é criar uma alternativa ao EPS que seja ambientalmente mais amigável, aproveitando um resíduo local e contribuindo para a redução dos impactos ambientais associados ao uso do isopor. O projeto começou com a seleção e processamento do bagaço de cana. O material foi fervido, triturado, seco e peneirado para obter a textura adequada. Uma goma composta por água, amido e vinagre foi misturada com as fibras de cana, e a massa resultante foi moldada em formas de embalagens. Esse processo envolveu uma abordagem prática e interdisciplinar, com a orientação de professores de Ciências da Natureza, Biologia e Química, garantindo a integração de conhecimentos teóricos e práticos para o desenvolvimento das novas embalagens. Os testes realizados para avaliar as novas embalagens incluíram solubilidade em água, isolamento térmico e biodegradabilidade. A solubilidade média das embalagens foi de 28,64%, indicando uma resistência moderada à água. No teste de isolamento térmico, as embalagens conseguiram manter a temperatura interna dos alimentos a cerca de 62°C após 40 minutos, mostrando uma capacidade moderada de retenção de calor. Os testes de biodegradabilidade estão em andamento para verificar se as embalagens atendem aos requisitos da Norma ASTM D6400, que estabelece que produtos biodegradáveis devem se decompor completamente em até 90 dias em condições naturais. Os resultados preliminares sugerem que as embalagens de bagaço de cana têm potencial para substituir o EPS, apresentando desempenho satisfatório em termos de isolamento térmico e solubilidade em água. A confirmação da biodegradabilidade é crucial para garantir a viabilidade a longo prazo dessas embalagens. Além disso, o projeto está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, contribuindo para a redução de resíduos, mitigação da poluição por microplásticos e conservação dos ecossistemas. A continuidade e aprimoramento do projeto são essenciais para avançar na busca por soluções práticas e sustentáveis para o problema dos resíduos sólidos e embalagens descartáveis. Palavras-chave: Sustentabilidade, Bioembalagens, Resíduos, Cana-de-açúcar.