O Decreto Municipal nº 8.265 de 27 de julho de 2001 criou a Área de Proteção Ambiental dos Mananciais do Córrego Lajeado (APA do Lajeado). Com singular relevância para a população da cidade de Campo Grande – MS, é a segunda bacia hidrográfica que mais contribui para o fornecimento de água do município, participando de 12% ou com 1.094,75 m³/h de água no abastecimento dos sistemas superficiais dos córregos Guariroba. A crescente urbanização da região leste da capital preocupa a situação ambiental da APA do Lajeado, que ocupa uma área de 52,37 Km² divididas entre a zona urbana e rural. A Escola Estadual Dolor Ferreira de Andrade está situada dentro da área da APA do Lajeado, sendo a única escola estadual na APA. Diante dos problemas, buscamos neste projeto investigar a formação histórica e a participação das diferentes entidades e grupos sobre o conselho gestor da APA do Lajeado. Este é o órgão deliberativo do manejo da área. Ao ler as atas das reuniões do conselho gestor elencamos diversos problemas ambientais que chegaram até o órgão, dentre algumas questões: esgoto clandestino contaminando a APA; terraplanagem sem autorização dentro da APA; solicitação de um dos membros para construir uma estrada cortando a APA; intenção do conselho gestor de mudar do plano de manejo sobre o zoneamento ambiental e diminuir a quantidade de programas ambientais da APA, análise da água com as condições DBO e de fósforo fora dos limites legais recomendados, juntamente com quantidade de coliformes fecais encontrados e turbidez da água acima do limite, e as taxas de oxigênio dissolvido abaixo do recomendado nas áreas de cabeceiras e nascentes onde a APA é mais urbanizada, o Programa Córrego Limpo, que visa mitigar esses problemas, foi adiado em um ano; falta de um plano emergencial e de resgate de fauna por parte da concessionária CCR MSVias; contaminação do lençol freático por parte do Laticínio Buriti que funciona dentro da APA. Pesquisamos primeiramente neste trabalho os decretos municipais de 2001, 2003, 2018 e 2019 que determinaram as entidades participantes do conselho gestor. Após isso analisamos as atas das quatorze reuniões atentando à presença ou ausência de cada uma das entidades nas reuniões desse órgão administrador. A partir daí constatamos a inconstância histórica das organizações participantes do conselho gestor, além de percebermos uma grande falta de assiduidade da maioria das instituições envolvidas nas reuniões do conselho gestor da APA do Lajeado. Consideramos que esses dois fatores do conselho gestor contribuem para a falta de cuidados que a APA do Lajeado atualmente vem passando. Ressaltamos também que diversos grupos de moradores e órgãos ambientais não constam mais no conselho gestor. Como sugestão para diminuir esse problema, sugerimos que a presença e a participação desses órgãos nas reuniões do conselho gestor, em especial os ambientais e da sociedade, sejam cobradas de uma maneira mais efetiva pelo município de Campo Grande.