s Malformações Congênitas (MC) podem ser definidas como anomalias funcionais ou estruturais, presentes no nascimento ou que se manifestam em etapas mais avançadas da vida, decorrentes de fatores que precedem ao nascimento, sejam genéticos, ambientais ou desconhecidas. Estima-se que cerca de oito milhões de recém-nascidos no mundo nascem anualmente com defeito congênito grave, podendo levar à morte ou incapacidade permanente, sendo que cerca de três milhões morrem antes dos cinco anos de idade. Em Paulínia, município no interior de São Paulo, está localizada a Replan (Refinaria de Paulínia). Durante o refino são gerados grandes impactos ao meio ambiente. Estudos demonstram que a exposição a poluentes atmosféricos gasosos (O3 e NO2) durante o período de embriogênese está associada a um risco aumentado anomalias congênitas. O objetivo do presente estudo foi avaliar a influência da poluição atmosférica na incidência de malformações congênitas no município de Paulínia em comparação a outros municípios do estado de São Paulo. Foram incluídos na pesquisa todos os casos (registros) de nascidos vivos, entre 2007 e 2017, de mães residentes nas cidades de Região Metropolitana de Campinas além de outras cidades da Grande São Paulo. Os dados são do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC), disponível através do Departamento de Informática do Sistema Único de saúde (DATASUS). A variável dependente considerada neste estudo foi: variável indicadora de anomalia congênita em cada um dos municípios indicados acima. A análise da incidência de anomalias congênitas por 100 mil habitantes, mostra que Paulínia, localizada na região metropolitana de Campinas, exibe altos índices comparada à outros municípios. A análise de dados da poluição ambiental revelou que Paulínia apresenta concentração de poluentes como MP2.5, SO2, NO2 semelhantes à região metropolitana de São Paulo. No relatório de classificação de ar podem ser observados como por exemplo os níveis de SO2 obtidos da CETEB onde Paulínia aparece classificada como M3, ou seja, muito elevada. Alguns estudos apontam que a exposição à poluição atmosférica durante o período pré-concepcional e gestacional está associada ao aumento da malformação congênita. Estudos experimentais e epidemiológicos têm evidenciado diversos eventos associados à poluição do ar, destacando os efeitos na gestação. O principal fator responsável pela má qualidade do ar em Paulínia pode se dever a presença, na cidade, das indústrias químicas e da refinaria de petróleo da Petrobras, a Replan. Índices de SO2 fornecidos pela CETESB, confirmam a presença de poluentes atmosféricos oriundos das refinarias. Desse modo, é possível aventar a possibilidade da poluição do ar em Paulínia ter relação com a alta incidência de mal formações congénitas no município. Os índices elevados de mal formações em outras cidades da região como Campinas, Jaguariúna e Monte Mor reforçam essa hipótese. Palavras chave: mal formação, poluição atmosférica, Paulínia