Com o passar dos anos o uso do plástico na sociedade tornou-se algo cultural no cotidiano da população, de maneira que a produção desse material passou a aumentar exponencialmente. Isso tem causado grande preocupação à comunidade científica quanto às consequências do consumo exagerado e destinação incorreta dos resíduos plásticos. Estudos recentes revelaram que esse material está presente nos mais diversos meios, em forma de micropartículas (como o solo, atmosfera, água e alimentos). Estas partículas, denominadas microplásticos (MPs), medem menos de 5 mm e possuem duas classificações conforme sua origem: primários, produzidos diretamente em tamanho micro com a finalidade de serem utilizados em produtos de higiene e beleza, e secundários, provenientes da degradação natural de plásticos maiores. A ocorrência deste problema tem gerado malefícios aos animais marinhos e à saúde humana, causando, respectivamente, desordens alimentares e comportamentais e afetando os sistemas endócrino e nervoso, através da ingestão de água e alimentos contaminados por estes fragmentos. Pensando nisso, motivou-se a busca de métodos para resolução dessa questão. A pesquisa tem como objetivo verificar a incidência dos microplásticos no Litoral Norte Gaúcho e investigar formas de reduzi-los. Na primeira etapa, realizou-se uma pesquisa científica acerca da temática, em bases de dados como o Science Direct e Google Acadêmico. Após, selecionou-se duas cidades do Litoral Norte Gaúcho como áreas de estudo: Capão da Canoa e Cidreira. Na sequência, foram realizadas saídas a campo para identificação de microplásticos na orla das praias, bem como um levantamento fotográfico, além de visitas às estações de tratamento de água (ETA) e esgoto (ETE) de Capão da Canoa. Na etapa experimental, o lodo ativado coletado na estação de tratamento de esgoto Mato Grande em Canoas/RS e os microplásticos oriundos de sacolas plásticas terão sua biodegradabilidade e eficiência do lodo analisadas. Os testes foram realizados em recipientes de erlenmeyer, que serão mantidos em agitação constante em um agitador analógico orbital, sob temperatura ambiente durante 20 dias. Após este período, serão realizadas análises dos MPs a olho nu, por microscopia e gravimetria. Como resultados preliminares, constatou-se, através da revisão bibliográfica, que os microplásticos são capazes de se aderirem a metais pesados devido às suas características hidrofóbicas, tornando-se ainda mais prejudiciais. Além disso, o levantamento fotográfico permitiu averiguar a incidência de detritos plásticos na orla das praias de Capão da Canoa e Cidreira. Ademais, com as visitas à ETA e ETE de Capão da Canoa, foi possível verificar a ausência de métodos para o monitoramento de MPs durante o tratamento das águas e a não utilização do sistema de lodo ativado nas ETEs da região do Litoral Norte Gaúcho. Portanto, com a produção exacerbada e o descarte incorreto, é inevitável que os plásticos acabem poluindo as praias e as águas superficiais, comprometendo a vida dos seres vivos. Tendo em vista que os microplásticos são um problema de caráter mundial, se faz de suma importância o desenvolvimento de estudos como este que tenham por objetivo solucionar essa problemática. Palavras-chaves: Microplásticos, Impactos ao meio ambiente, Lodo Ativado, Litoral Norte Gaúcho