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Nos últimos dezoito anos o Coronavírus foi o agente causador de três surtos epidemiológicos: Síndrome Respiratória Aguda Grave, causada pelo SARS-CoV, Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), causado pelo MERS-CoV e o SARS-CoV-2, o mais recente dos três. Todos eles possuem origem em animais, indicando a adaptação viral a outros hospedeiros, uma zoonose. Portanto é fundamental que sejam estudadas as possibilidades de futuras zoonoses. Somado a isso, a pecuária se encontra em um contexto de expansão mundial, dado pela globalização, e pelo aumento de renda per capita de países em desenvolvimento, impulsionando mudanças muito significativas no ciclo ecológico natural. Então, dentro desse recorte, foi estudado o Coronavírus Bovino (BCoV) , agente que infecta bovinos, produzidos na prática pecuária, e que já foi encontrado em uma variedade de espécies de ruminantes. A possibilidade de uma zoonose de Coronavírus com origem de bovídeos, foi estudada através de dois grandes campos: molecular e ecológico. Por meio do estudo da variabilidade genética do Coronavírus Bovino (BCoV), com a construção de uma árvore filogenética, e da análise das dinâmicas ecológicas da pecuária foram observadas tendências em ambas as frentes. A pecuária permite o movimento contínuo de transmissão do Coronavírus Bovino ao passo que permite o encontro de espécies, que naturalmente não conviviam no mesmo espaço, desse modo levando à evolução do vírus, e fazendo com que ele ganhe a consiga infectar outras espécies. Então, a pesquisa concluiu que produção pecuária pode se tornar um agente catalisador de zoonoses. Palavras-chave: Coronavírus Bovino; Ecologia Viral; Variabilidade Genética; Pecuária; Zoonose.