Pobreza menstrual e sustentabilidade são dois tópicos fundamentais na elaboração do projeto “BIO FOR ALL”. A pobreza menstrual é uma expressão utilizada para denominar a falta de recursos básicos para enfrentar o período menstrual como, a falta de recursos sanitários, tais como absorventes, medicamentos e itens de saúde íntima. Outro problema muito discutido atualmente é a questão da sustentabilidade. A sociedade descarta, diariamente, toneladas de lixo no meio ambiente e boa parte desses resíduos descartados são os absorventes descartáveis utilizados. Um absorvente descartável leva cerca de 400 (quatrocentos) anos para se decompor após ser descartado na natureza. Pensando nessas questões, o grupo se questiona se é possível criar uma calcinha que seja sustentável, produzida a partir de alguma fibra natural, e de baixo custo. Através desses questionamentos, o grupo formou o principal objetivo do projeto “BIO FOR ALL”, que é sugerir um tecido biodegradável na fabricação de calcinhas absorventes, diminuindo assim a poluição do meio ambiente e, também, mitigando os problemas que algumas pessoas enfrentam mensalmente pela pobreza menstrual. O grupo deu início ao projeto com foco na fase de pesquisas sobre os dados estatísticos do problema, sobre o processo de fabricação de tecidos e alternativas já existentes sustentáveis para a criação da calcinha absorvente e sobre a problemática. Grande parte da pesquisa foi feita a partir de revistas e artigos científicos. Em seguida, criou e divulgou um formulário elaborado pelo aplicativo gratuito Google Forms com perguntas a respeito da experiência de cada pessoa com seu período menstrual e com o intuito de aprofundar a compreensão acerca dos problemas reais dessas pessoas e, também, de saber se elas usam/usariam calcinhas absorventes. O formulário obteve 70 (setenta) respostas. A ideia do projeto foi apresentada em feiras de iniciação científica, a partir das quais foram recebidos alguns feedbacks construtivos para a continuação do desenvolvimento do mesmo. Após a fase de pesquisa inicial, o grupo deu início à fase de testes a fim de escolher a fibra natural mais apropriada para a função. A primeira alternativa a ser analisada pelo grupo foi a fibra de coco, pois, dentre as diferentes fibras sustentáveis pesquisadas, essa se mostrou promissora e não prejudicial à saúde íntima das pessoas. Para dar início aos testes, o grupo encontrou, em relatórios publicados, alguns tratamentos aplicados na fibra do coco para criação de mantas e de alguns objetos. Os procedimentos foram realizados a fim de retirar as impurezas, não produzir fungos e bactérias e amaciar as mesmas. A fase atual do projeto consiste no entrelaçamento dos fios para formar o aspecto de tecido e assim ser capaz de testar o poder de absorção do mesmo. Por enquanto, o grupo tem obtido bons resultados e a fibra de coco se mostra como boa alternativa para o projeto. Caso essa fibra não atinja as expectativas e os resultados esperados ao fim dos testes, o grupo irá dar continuidade, testando outras fibras naturais para encontrar aquela que seja mais adequada para essa problemática. Palavras-chave: Sustentabilidade; Pobreza menstrual; Vulnerabilidade social; tecidos biodegradáveis.