Atualmente, o dióxido de carbono representa 70% das emissões gasosas para a atmosfera, sendo seu tempo de permanência nesta em torno de cem anos, portanto é o gás que apresenta a maior contribuição para o Aquecimento Global, efeito percursor no desequilíbrio ambiental. Os principais prejuízos do Aquecimento Global que atualmente enfrenta-se são: aumento do nível dos oceanos e alteração da quantidade de chuvas em determinadas regiões, como o que enfrenta-se no Rio Grande do Sul no decorrer do ano de 2023. Para retornar a problemática, diversos países estão focando no desenvolvimento de tecnologias para a captura e reutilização do gás carbônico, e outros gases, produzido industrialmente. O presente trabalho possui o objetivo de desenvolver um método para a captura de dióxido de carbono utilizando materiais metal-orgânicos (MOFs), substâncias que contém íons metálicos no centro de ligantes orgânicos criando uma rede cristalina porosa adsorventes de gases. Foi utilizado o método solvotérmico e sonoquímico para sintetizar o MOF Fe-TPA, metal-orgânico formado a partir de íons ferro +3 com ácido tereftálico obtido através da despolimerização do PET. Com isso, foram realizadas duas sínteses solvotérmicas e três sonoquímicas a fim de avaliar o melhor processo rentável na produção de MOFs. Avaliou-se um melhor rendimento nas reações solvotérmicas que utilizam elevadas temperaturas para a formação da estrutura cristalina. As amostras originadas das sínteses sonoquímicas não foram analisadas por consequência da inviabilidade reacional, portanto suas amostras foram descartadas para tratamento de resíduos. Após as sínteses, o sólido solvotérmico foi aquecido a 100ºC e 250ºC e os testes posteriores foram realizados com as diferentes amostras submetidas as duas temperaturas, assim, avaliando divergências estruturais que o aquecimento causa no material metal-orgânico. A caracterização do material ocorreu pela Espectrometria no Infravermelho e Cromatografia Gasosa. A primeira analisou as ligações covalentes formadas, afim de verificar a pureza do material. Em segundo, a Cromatografia Gasosa possibilitou a verificação da eficiência da substância em adsorver gás carbônico ao quantificar a concentração do gás na atmosfera de recipientes contendo a substância e o material adsorvente. Concluiu-se que a amostra aquecida a 250ºC apresenta maior taxa de adsorção: o material exposto a análise cromatográfica resultou em uma taxa de adsorção de 46%, enquanto que o MOF aquecido a 100ºC resultou em 15% de adsorção gasosa. Portanto, é possível a captura de dióxido de carbono com os sólidos sintetizados. A etapa final da pesquisa será a realização de novos testes físico-químicos (Microscopia Eletrônica de Varredura, Difração de Raio-X, Isotermas de Adsorção, Termogravimetria) e a produção um filtro de gás em escala laboratorial com as estruturas metal-orgânicas para investigar sua aplicação em indústrias químicas.