As folhas de goiabeira (Psidium guajava) possuem um histórico de uso na medicina tradicional para o tratamento de várias doenças. São utilizadas como anti-inflamatório, para tratar diabetes, hipertensão, cáries, feridas, doenças bacterianas e febre. Elas possuem em sua composição diversos compostos fenólicos, incluindo flavonóides, taninos e terpenóides e em razão disso, o extrato da folha da goiabeira poderia possuir propriedades que seriam virucidas também. Devido a pandemia de SARS-CoV-2, foi evidenciado a urgência de estudar e buscar novos meios de combate ao vírus. O vírus MHV-3 é um vírus da hepatite murina e pertence ao grupo II dos Coronavírus. Estudos com vírus MHV-3 são uma alternativa a estudos empregando o SARS-CoV-2 devido ao seu nível de biossegurança , pois podem ser realizados em laboratórios de biossegurança nível 2. Portanto, o vírus MHV-3 pode ser utilizado como modelo de estudo para controle de epidemias e busca de novos tratamentos. O trabalho tem como objetivo investigar a composição fitoquímica de extratos de folhas de goiabeira (Psidium guajava) e seu potencial in vitro no combate ao vírus MHV-3. Para tanto, folhas de goiabeira foram colhidas, limpas em água corrente e secas em estufa a 60ºC por 24h. Depois de moídas, foram feitas 3 extrações por maceração na presença de solvente, sendo eles água à 90 ºC, álcool etílico e acetato de etila, para produzir extratos com diferentes polaridades. Os solventes álcool etílico e acetato de etila foram evaporados e se seguiram os testes de citotoxicidade: eles foram realizados com a linhagem celular L929, que deriva do tecido adiposo de ratos, em placas de 96 poços com tempo de exposição de 48h. As concentrações dos extratos, em %, usadas para o teste foram as seguintes: 0,1; 1; 2,5; 5; 7,5; 10 e 25. Esse teste foi realizado duas vezes e em quadruplicata. Foi constatado que o extrato aquoso somente foi tóxico na concentração de 25%, o extrato de acetato de etila foi tóxico a partir da concentração de 5% e o extrato de álcool etílico foi tóxico a partir de 2,5%. Portanto, o próximo passo é realizar uma triagem fitoquímica dos extratos e teste virucida com as concentrações que não foram tóxicas, tendo como resultado esperado que os extratos consigam inibir o crescimento viral. Palavras-chave: goiabeira; citotoxicidade; vírus.