Microalgas são microrganismos fotossintetizantes presentes em corpos de águas naturais, que devido à sua extensa aplicação, como na produção de suplementos alimentares, cosméticos, fármacos etc, têm valor agregado e elevado potencial econômico. Porém, no litoral Riograndense tais microrganismos são pouco estudados, sendo assim, este projeto visa o estudo e o levantamento dos principais grupos de microalgas presentes no Mar de Imbé (E1), no Estuário de Tramandaí (E2) e na Lagoa Fortaleza (E3). Tal proposta pode alavancar a abertura de um novo ramo econômico, que ainda é pouco explorado, no sul do Brasil. Para isso foram realizadas coletas no início e no final do inverno de 2023, o qual foi atípico devido às mudanças climáticas. Apesar das duas coletas terem sido realizadas na mesma estação, elas apresentaram grandes diferenças entre si, como precipitação semanal média pré-coleta(campanha 1 realizada após ciclone extra tropical com precipitação média de 14,3 mm, e segunda campanha realizada após semana intensa de calor com precipitação média de 0,7 mm), temperatura da água (coleta 1-14°C e coleta 2-19,5°C), direção do vento (a primeira coleta teve incidência de vento nordeste, enquanto que a segunda coleta de sudeste), entre outros fatores. Tais águas também foram diferenciadas através de dados químicos e físico-químicos, como salinidade (que na campanha 1 apresentou um valor de 14,56 g/kg na E1, 7,83 g/kg na E2 e 0,13 g/kg na E3), condutividade( que na segunda campanha apresentou 36,91 mS/cma para água do mar, 10,58 mS/cma para a água do estuário e 2,112.10^-2 mS/cma para a lagoa), e oxigênio dissolvido (que na campanha 2 apresentou os seguintes resultados: E1=1,64, E2=5,05, e E3=6,04, em ppm de O2 dissolvido), dentre outras análises. Além disso como forma de determinar os possíveis grupos de microalgas presentes em tais corpos d’água, foi realizado, até o momento, a análise de clorofilas a, b e c, que, por exemplo, na coleta 1 apresentou Euglenófitas e Clorófitas na E1 e E3, enquanto na segunda coleta sua presença gerou dúvida devido a falta ou pequena detecção de clorofila b em todos os pontos de coleta. Também, em ambas campanhas foi detectado a possível presença de Crisófitas (diatomáceas) e bacilariófitas devido à presença simultânea de clorofila a e c. Como próximo passo para o projeto, será realizado análise de Adenovírus C e F por PCR em tempo real em parceria com a Universidade FEEVALE, que dará resultados sobre possível contaminação humana nas águas analisadas e também servirá como treinamento para a próxima etapa ( PCR das microalgas) Por fim, será realizado a última etapa, onde será definido os primers universais para a análise por PCR (também em parceria com a universidade Feevale) do DNA das amostras, assim obtendo a confirmação dos possíveis grupos de microalgas presentes nas águas em estudo.