Úlceras por pressão são lesões provocadas por uma pressão contínua sobre a pele, geralmente sobre uma proeminência óssea, ocasionando a necrose tecidual local. Consideradas lesões de difícil tratamento e cicatrização, muitas vezes necessitam do auxílio de um enxerto de pele que, entretanto, pode expor o paciente a condições agudas e ao risco de sepses bacterianas. A prevalência das úlceras de pressão ainda é elevada, sobretudo, em pacientes idosos hospitalizados, o que gera um grande impacto econômico para os sistemas de saúde e para os próprios pacientes, afetando a sua qualidade de vida. A utilização de terapias celulares vem surgindo como uma forma de tratamento, visando à reconstrução de tecidos lesados a partir da implantação de bioestruturas capazes de mimetizar o ambiente no qual foi implantado, estimulando o desenvolvimento celular e suportando a formação do novo tecido. Biopolímeros ativos como a quitosana e o colágeno apresentam-se como materiais de grande potencial para aplicação na engenharia de tecidos, pois apresentam propriedades químicas e morfológicas que podem contribuir para a cicatrização e regeneração tecidual, além de possuírem uma grande versatilidade de processamentos viáveis. Este trabalho buscou estudar acerca das principais condições para produção de bioestruturas poliméricas à base de quitosana e colágeno, a partir das técnicas de eletrofiação, e aplicação na bioengenharia de tecidos. O estudo realizou uma revisão na literatura existente sobre o assunto, a partir de artigos publicados em revistas médicas e obtidos através de plataformas como Google Acadêmico, Scielo, ReserchGate and Elsevier, bem como em trabalhos divulgados nos repositórios acadêmicos. Os resultados mostraram-se favoráveis à utilização dessas terapias para regeneração do tecido conjuntivo, uma vez que a quitosana apresenta propriedades antibacteriana, hemostática e analgésica devido à sua cadeia policatiônica. Além disso, o colágeno confere aos scaffolds tridimensionais poliméricos melhores propriedades estruturais e maior semelhança ao meio fisiológico, favorecendo a adesão celular ao substrato, a sua proliferação e, portanto, a recuperação do tecido lesado. Ademais, a pesquisa mostrou a necessidade da revisão das terapias utilizadas para outras doenças de pele, como melanoma, e a aplicabilidade das terapias celulares no tratamento. Palavras-chave: Biomateriais; Regeneração tecidual; Células-tronco mesenquimais.