Devido a grande demanda de proteína animal no mundo todo, o uso de antibióticos para manter a saúde, o bem-estar e a produtividade animal é recorrente na produção de aves e frangos, e acarretou em uma dependência excessiva, uma vez que são utilizados como uma alternativa mais barata aos hormônios tradicionais. Além disso, os antibióticos não são totalmente metabolizados pelo organismo animal, fazendo com que o tratamento inadequado dos resíduos gerados na produção avícola leve à contaminação da água e provoque uma pressão seletiva no meio ambiente, levando ao desenvolvimento de bactérias resistentes. Nesse sentido, isso se torna um problema uma vez que são utilizadas as mesmas classes de antibiótico para o tratamento humano. A utilização de biorremediação através da enzima lacase para degradação de substâncias orgânicas teve resultados significativos dentro da bibliografia referenciada, devido à sua capacidade oxidativa. Ademais, a lacase já foi encontrada no Pleurotus ostreatus, um fungo comestível que apresenta alta adaptabilidade, produtividade e um fácil cultivo. Já os processos oxidativos avançados, são métodos efetivos utilizados para tratamento de água e efluentes com a finalidade de degradar compostos orgânicos que não são removidos pelas técnicas tradicionais. Entretanto, na maioria dos estudos a degradação foi realizada com soluções puras ou sintéticas, poucas delas utilizando condições reais com meios complexos. Tendo isso em vista, foi realizado um estudo comparativo entre o método oxidativo avançado Fenton e a biorremediação com o fungo Pleurotus ostreatus, através da avaliação de seus potenciais de degradação frente ao antibiótico avícola “Terramicina”, esperando que eles tenham eficiência semelhante. Na metodologia foi utilizado uma solução do antibiótico diluída em uma amostra real coletada de águas superficiais e a avaliação se deu através do teste de mínima concentração inibitória, comparando a sensibilidade da bactéria Escherichia coli em relação às amostras, antes, e após os tratamentos. Testou-se a ação de 60 mL do extrato enzimático produzido pelo fungo Pleurotus sp sobre a concentração de 640 ppm do antibiótico, e comparou-se o resultado com o Fenton que tem sua eficiência conhecida na proporção 20:1:20 de antibiótico, íons ferro e peróxido de hidrogênio, respectivamente. Apesar do Fenton ter uma boa eficácia é um método agressivo por utilizar peróxido de hidrogênio, uma substância extremamente oxidante, além de ácidos para ajustar seu pH em 3. Já a biorremediação é um método limpo, em que a degradação alcançada foi de mais de 16 ppm, sendo eficaz no meio real já que a concentração desse antibiótico encontrada em águas superficiais é de cerca de 0,705 µg/L.