A moda sustentável vem ganhando cada vez mais espaço junto ao consumidor. Ela defende a ideia de uma moda que não prejudica o meio ambiente, que diminui a geração de poluentes durante a produção de roupas e acessórios, afetando minimamente o ecossistema. A indústria têxtil é uma das que mais gera efluentes líquidos poluentes. É necessário estudar novas formas de produção de pigmentos naturais para o tingimento de tecidos, que sejam eficientes sem ser poluentes para o meio ambiente. Desse modo, desenvolvemos dois tipos de corantes naturais diferentes e testamos no tingimento de tecidos de algodão natural orgânico. Os pigmentos foram extraídos por fervura em água, por 30 minutos, dos extratos obtidos das polpas batidas em liquidificador (beterraba e espinafre), dos estigmas de açafrão iraniano (saffron), dos chás de hibisco e Butterfly pea e da decocção de café e de chá-mate. Um outro tipo de corante foi obtido por técnica de fricção. Uma amostra de tecido foi mergulhada em um pouco de água filtrada, à temperatura ambiente. Em seguida, o material foi “esfregado”, com uma certa pressão, sobre o tecido, em ambos os lados. Depois de estar inteiramente coberto, foi levado para a estufa para secagem. Em seguida, todo o excesso foi retirado com a ajuda de um pincel de cerdas finas e uma espátula. Após a remoção do excesso de borra, o tecido foi molhado em água para completar essa remoção. Após o tingimento, a fixação foi realizada em um novo béquer contendo 100ml de água previamente fervida em uma chaleira elétrica e, depois, levada para aquecimento. Depois de atingir o ponto de fervura novamente, foram adicionadas aproximadamente 1g de sal marinho e 3 gotas de vinagre, que foram utilizados como mordente. A amostra de tecido foi então colocada, após o tingimento, nesse novo béquer, incubada 30 minutos na solução em ponto de fervura, para a fixação ser efetiva. Após esse processo, o tecido foi colocado na estufa para secagem total. Com os testes que realizamos, foi possível concluir que o tingimento e a fixação natural nas amostras de tecidos se mostrou eficiente. A coloração mais forte foi observada na amostra tingida com saffron e nas tinturas que possuíam como corante um corante mais denso e sólido, à exemplo da borra de café e de mate. Além disso, as amostras de tecidos tingidos com beterraba e hibisco com beterraba tiveram uma coloração perto do marrom, o que não foi esperado. Esperava-se obter uma coloração avermelhada, porém não foi o ocorrido. Apesar dos tingimentos de tecidos naturais possuírem uma coloração mais fraca e suave, comparada com a dos corantes sintéticos, eles são de ótima qualidade para utilização em tecidos e a matéria-prima e os subprodutos gerados podem ser descartados no meio-ambiente, sem causar nenhum problema. Palavras-chave: Corantes naturais. Tingimento. Fixação. Sustentabilidade.