Aloe Vera, popularmente chamada de babosa no Brasil, é uma planta xerófita que tem sido muito utilizada na fitoterapia, sendo uma planta fácil de encontrar e de baixo custo de cultivo. Os objetivos do trabalho são: testar o potencial cicatrizante de um gel extraído da babosa e criar, a partir do gel, um curativo de baixo custo e biodegradável, tornando-o de fácil acesso às pessoas de baixa renda. Isso mostra a alta relevância do trabalho, visto que seu desenvolvimento ajudará a implementar novas tecnologias no meio fitoterápico. O Brasil é o quarto maior produtor mundial de plástico, os quais vêm em grande parte pela indústria farmacêutica, o que é grave, pois esse material causa inúmeros impactos negativos ao planeta, como a poluição dos ambientes aquáticos, esgotamento dos aterros sanitários e podem causar danos à saúde humana. Por isso, é necessário encontrar um substituto que seja sustentável e biodegradável que possa cumprir com o objetivo original do plástico, que é ser uma matéria prima de fácil manuseio com diversas utilidades e que possa ser moldado facilmente (CONCEIÇÃO, 2019). A principal substância cicatrizante da planta é a alantoína, composto orgânico que auxilia a proliferação celular no processo de cicatrização da pele, e atua na aceleração do processo de epitelização de zonas danificadas na pele humana. A cicatrização da epiderme é realizada, principalmente, pelo aumento do colágeno, matriz extracelular dos tecidos, composto principalmente por fibroblastos, células nas quais será testado o potencial cicatrizante da Aloe vera. Um grande empecilho para a sustentabilidade do mundo atual é o hábito frequente da utilização de polímeros sintéticos, que são conhecidos como plásticos. Este polímero é composto por hidrocarbonetos, essa composição é o que fornece seu caráter apolar, o que dificulta sua degradação, que pode durar milhares de anos. No entanto, atualmente, já são produzidos estudos sobre biopolímeros, que são polímeros não sintéticos capazes de se degradar sem prejudicar o meio ambiente. O método que será utilizado é o scratch assay, em que testes in vitro serão realizados em uma cultura de fibroblastos para analisar o processo de cicatrização do gel da planta. Supõe-se que, devido à presença da alantoína, será possível observar a migração das células, notando diferenças estatisticamente significativas entre o grupo de controle e o tratamento experimental com gel. Para a preparação do gel, será utilizado o gel mucilaginoso que contém a alantoína. Esse gel será diluído no próprio meio de cultivo das células em diferentes concentrações, configurando os grupos de tratamento, cada um testado três vezes. O grupo para a comparação será o controle, sem a adição do composto, apenas os fibroblastos se regenerando sozinhos. Serão realizadas três fotos dos grupos, a primeira no estágio inicial, a segunda no estágio intermediário e a terceira no estágio final. Para analisar os resultados, serão comparados os tamanhos dos cortes entre o grupo controle e os diferentes tratamentos. Posteriormente, as concentrações com resultados mais significativos serão testadas em minhocas da espécie Eisenia fetida, que serão submetidas a uma aclimatação de 10 dias com Ph, temperatura e umidade reguladas. Após esse período, os testes serão realizados por meio de cortes na região inferior das minhocas, que serão separadas em suas respectivas concentrações e controle, e o gel será depositado. Elas serão assistidas periodicamente durante 7 dias, em que, no último, será feita as análises estatísticas para a escolha da concentração ideal. Ademais, para a elaboração do curativo, foi produzido um biofilme a partir de um extrato produzido a partir do gel de Aloe vera, feito pelo método Casting.