Introdução: O poliestireno popularmente conhecido como isopor, considerado derivado do plástico, é muito utilizado na fabricação de coletes salva-vidas, embalagens e isolamento térmico, contudo, sua decomposição acontece somente em, aproximadamente, 500 anos, o que favorece a poluição do meio ambiente, desta forma, acredita-se que desenvolver produtos que substituam o isopor e sejam sustentáveis é importante para preservação do planeta. Neste sentido, a utilização da Mauritia flexuosa, conhecida popularmente como buriti, para fabricação de coletes salva-vidas poderá contribuir com a preservação do meio ambiente. Objetivos: Geral – diminuir a poluição do meio ambiente com a substituição do poliestireno dos coletes salva-vidas pela fibra do buriti, e específicos: investigar o conhecimento dos estudantes sobre o buriti, poliestireno e uso de coletes salva-vidas, desenvolver um colete salva-vidas, de forma sustentável, usando a fibra do buriti, e testar a capacidade de flutuação do colete salva-vidas desenvolvido com a fibra do buriti. Métodos: Estudo experimental, desenvolvido conforme a descrição das etapas: primeira – definição do tema, segunda – busca de estudos sobre a temática, terceira – entrevista com estudantes sobre o buriti, uso do poliestireno e colete salva-vidas, quarta – desenvolvimento do colete salva-vidas, e quinta – realização dos testes de flutuação dos coletes salva-vidas desenvolvidos. O estudo foi realizado de julho de 2020 a junho de 2021, na Escola Santa Teresinha, no município de Imperatriz-MA, Brasil. Resultados: Entrevistaram-se 100 estudantes, por meio de questionário com perguntas sobre poliestireno, buriti e uso do colete salva-vidas, 79% dos estudantes conhecem o buriti, 85% conhecem o poliestireno e 95% falaram que usavam coletes salva-vidas quando iam ao Rio Tocantins e andar de barco. Para fazer a substituição do poliestireno (isopor), inicialmente, selecionou-se o talo da folha da palmeira do buriti e colocando-o para secagem, expostos ao sol por, aproximadamente, duas semanas, em seguida, removeram-se as cascas dos pecíolos do buriti e cortaram-na conforme a dimensão do isopor de cada colete para prosseguir com a substituição. Após este processo, os talos foram lixados, impermeabilizados e transformados em materiais de recheio para os coletes salva-vidas, em três tamanhos diferentes: 40 kg (pequeno), 80 kg (médio) e 120 kg (grande), nestes, colocaram-se zíper para facilitar a substituição e demonstração, posteriormente, procedeu-se à substituição do poliestireno pelo buriti. Para os testes de flutuação, os coletes foram utilizados por pessoas de 90 e 55 kg, respectivamente, sendo confirmada a característica de flutuação dos coletes em piscina por cerca de 60 minutos. Conclusões: A maioria dos entrevistados usavam colete salva-vidas, principalmente quando andavam de barco e conheciam o poliestireno como produto poluente. O poliestireno pode ser substituído pela fibra do buriti (Mauritia flexuosa), na fabricação de coletes salva-vidas, auxiliando na preservação do meio ambiente, bem como contribuindo com a sociedade, pois é um material acessível para pessoas de comunidades ribeirinhas, com baixo poder aquisitivo e aspirantes aos esportes aquáticos, fortalecendo as iniciativas de sustentabilidade, por ser de baixo custo, e ajudando o meio ambiente com a não utilização do isopor.
Palavras-chave: Poliestireno, Talo do buriti, Decomposição, Sustentabilidade.