No decorrer dos anos, o aumento da industrialização fez com que houvesse a necessidade de desenvolvimento de um produto versátil, durável e de baixo custo, que poderia ser utilizado para uma infinidade de finalidades. Para atender ao mercado industrial, no século XX foram desenvolvidos materiais com tais características, os denominados plásticos. Apesar de tudo isso, estes materiais apresentam fatores desfavoráveis ambientalmente. Primeiro, trata-se da sua origem, advinda do petróleo, uma fonte não renovável, materiais hidrofóbicos que não permitem a ação de microrganismos em sua cadeia molecular, levando centenas de anos para se decompor. Uma das alternativas ao uso de plásticos não-biodegradáveis é a utilização de fontes renováveis para confecção dos polímeros semelhantes, como é o caso dos chamados bioplásticos. Com estas informações a pesquisa tem como objetivo desenvolver um bioplástico flexível, biodegradável, à base de polímeros naturais de fontes renováveis do epicarpo, mesocarpo, endocarpo do fruto do buriti com aditivo de amido de mandioca por processo de cozimento. Inicialmente, foi realizada a caracterização dimensional do fruto do buriti com 120 indivíduos, na sequência extraiu-se o pó do epicarpo, mesocarpo e endocarpo para elaboração de diferentes bioplásticos com matriz do fruto do buriti em 90, 95 e 98% associado ao amido de mandioca em 2, 5 e 10%, plastificado com glicerol. Após a produção dos bioplásticos foram realizadas as caracterizações através da avaliação de subjetividade, espessura, propriedades mecânicas, opacidade, cor, solubilidade em água, teste de resistência à temperatura, resistência química e biodegradação em água e solo. Os resíduos da biodegradação foram utilizados em plantas de casa de vegetação para verificação de toxidade nestes resíduos. Nos resultados os bioplásticos formados foram visualmente transparentes em 80% e opaco em 20%. Com o aumento na adição de amido de mandioca provocou uma ampliação na espessura, na permeabilidade ao vapor de água e na resistência à tração, gerando uma diminuição na opacidade dos mesmos. Na avaliação de subjetividade das amostras a homogeneidade ficou em torno de 88,53%, flexibilidade 80% e deformação 8,6%. Nos testes de resistência o bioplástico do epicarpo apresentou menor alongamento (2,67%) e maior resistência (89,70 Mpa), já o endocarpo apresentou maior alongamento (4,41%) e baixa resistência (42,50 Mpa). Quanto a avaliação da opacidade o endocarpo exibiu maio raio de comprimento de luz em 1,72cm, já o menor comprimento manifestou-se no bioplástico do epicarpo 0,63cm. Os bioplásticos foram submetidos à temperatura de 60, 80, 100, 110 e 120°C, sendo que nas primeiras temperatura mantiveram-se na normalidade, a partir de 100°C apareceu curvaturas, ressecamentos e rachaduras. A decomposição em água ocorreu em 15 dias e em solo em 20 dias. Com base nestes resultados, foram alteradas as concentrações dos componentes da mistura para permitir a obtenção de bioplásticos decorativos, com propriedades adequadas pelo processo de cozimento. Na interface desta pesquisa identificou-se meta-requisitos para soluções de Eco-feedback em bioplástico de interesse socioeconômico e socioambiental. Ampliando a validade dos requisitos obtidos através do intenso envolvimento da produção e na definição do perfil de eco-feedback mais adequado às questões ambientais para o presente e futuro. Dentro do aspecto cientifico, a pesquisa esquadrinhou um plástico do fruto do buriti, (bioplástico) para melhorar sua adesão à matriz polimérica, testando o epicarpo, mesocarpo e endocarpo com aditivo do amido de mandioca em diferentes medidas no processamento polimérico, utilizando o processo de cozimento e resfriamento. Sendo assim, o projeto está enquadrado dentro da Área de Tecnologias Habilitadoras contemplando os seguintes setores: Biotecnologia Ambiental e Ciências Ambientais Palavras chaves: Bioplástico, Polímeros naturais, Fontes renováveis.