O projeto “Oil Free Ocean: Reutilização do cavaco como matéria prima no recolhimento de petróleo vazado nos oceanos” teve como motivação os alarmantes números de derramamento de petróleo, seus impactos maléficos a vida marinha, como também a grande quantidade de cavaco gerado em usinagens. Seu objetivo principal foi a comprovação da eficácia do aço SAE 1045 como matéria prima no recolhimento de petróleo vazado nos oceanos. Após a pesquisa bibliográfica, constatou-se que as propriedades magnéticas do cavaco eram compatíveis com a do petróleo, gerando indícios de uma possível atração. Com isso, iniciou-se a execução das análises experimentais. Estas análises, por sua vez, consistiram em misturar o petróleo e a solução salina representativa das águas oceânicas em uma placa de Petry para, então, adicionar à esta uma determinada quantidade de cavaco envolto em papel alumínio (cápsulas), o que permitiria observar a atração entre ambos os compostos. Em seguida, foram construídos protótipos de rede de juta (material biodegradável) contendo cápsulas de cavaco, para que fossem analisados os resultados em uma situação de maior escala. A escolha da juta se deve ao fato de que a produção de materiais biodegradáveis oriundos de produtos biológicos é consideravelmente menos agressiva do que materiais que não seguem estes padrões, reduzindo, assim, gases poluentes emitidos à camada de ozônio e dejetos sólidos tóxicos. Inicialmente, o grupo almejava obter resultados quantitativos. Porém, isso não foi possível pois, quando foi feita a tentativa de remoção da cápsula de cavaco da água, parte do petróleo ficou nas luvas, o que afetaria a pesagem dos resultados. Devido a isso, todos os resultados seguintes foram constatados visualmente. Os mesmos foram promissores pois a eficácia de atração de petróleo foi constatada em todos os experimentos executados. No experimento inicial, pôde-se perceber a atração entre petróleo e cavaco em diferentes dimensões de partícula das lascas do aço, o que foi possível devido as propriedades mencionadas anteriormente. No primeiro protótipo, estas constatações permaneceram, somando uma absorção por parte da juta. Sucedendo, no segundo protótipo, estando a rede de forma suspensa e sem o envolvimento da juta, restringindo o contato apenas entre cápsulas e petróleo, ainda foi possível perceber resultados significativos. Além disso, conclui-se que a atração se deve inteiramente ao cavaco, já que o alumínio é um material diamagnético, condição esta que faz com que, ao ser colocado em contato com um campo magnético externo, seja formado um campo magnético no sentido contrário que o impede de ser atraído por imãs, não gerando interferências nos resultados desta pesquisa. Palavras-chave: Aço SAE 1045, Cavaco, Petróleo, Reutilização.