Desde o princípio dos tempos, a raça humana lida com transtornos mentais de todos os gêneros, e na grande maioria das vezes sendo tratados como tabu. A noção do que são transtornos mentais foi se alterando e se modernizando ao longo dos tempos. As raízes de um estigma negativo a tais transtornos vêm de muito tempo. A banalização esteve presente em todas as fases da existência humana, e os transtornos mentais nunca tiveram o devido respeito que merecem, primeiro elas eram completamente desprezadas, e hoje em dia são romantizadas, portanto nunca vistas como o assunto sério que são. Foi realizado um estudo a partir dos dados coletados de um questionário, respondido por 141 pessoas, com faixa etária compreendida de 30 a 50 anos. A nossa amostra foi composta de 75,2% dos entrevistados homens, e 24,8% de mulheres, todos sendo homens e mulheres cis. Segundo nossos dados, 77,3% das pessoas entrevistadas relatam não ter nenhum transtorno mental, e 22,7% dizem ter algum transtorno mental. Dessas 22,7%, 70,6% dizem ter ansiedade, 20,6% dizem ter depressão, 14,7% dizem ter hiperatividade, 8,8% dizem ter TOC, 5,9% ter distúrbio alimentar e 14,7% dizem ter outro transtorno não citado. Das pessoas que falaram ter uma doença mental, 31,7% afirmam nunca terem sido diagnosticadas por um psiquiatra ou psicólogo, 55% não têm acompanhamento médico, e 64,9% relatam que tomam remédios. Os dados obtidos vão de encontro com os dados fornecidos pela literatura. As doenças mentais são banalizadas por um preconceito que foi moldado na sociedade através da marginalização. Nos dias atuais, a banalização ganhou uma nova vertente advinda principalmente das redes sociais como TikTok e Instagram, e intensificada nos últimos tempos, pela alta utilização da internet devido ao período de pandemia que passamos recentemente ( dos anos de 2020 a 2021). Após a conclusão de nossa pesquisa, iniciamos o desenvolvimento do projeto “Humor Do Dia”, um aplicativo que tem a intenção de criar um relatório semanal do nosso humor com base no método DASS-21. Esse método foi aprovado pelo Conselho Federal de Psiquiatria e foi desenvolvido por alunos da Universidade de New South Wales, na Austrália. A sigla DASS significa depressão, ansiedade e estresse em inglês, e o “21” se refere às 21 perguntas do teste. Inicialmente, o teste tinha 42 perguntas, mas foi reduzido pela metade para otimizar o tempo de análise. O objetivo original do DASS-21 era analisar os sentimentos vividos pelas pessoas e diferenciá-los dos sintomas de transtornos mentais, além de avaliar o nível de estresse em ambos os grupos. Temos visto que o DASS-21 tem sido amplamente utilizado para fins clínicos e não clínicos desde sua criação, e tem mostrado ser muito confiável e preciso na medição da intensidade do estresse e na identificação de transtornos mentais nas pessoas. Além disso, o teste foi traduzido para várias línguas e sua confiabilidade foi confirmada aqui no Brasil após ser testado em idosos, adolescentes e adultos. No nosso aplicativo, todos os dias respondemos a três perguntas do DASS-21. Ao final de uma semana, teremos respondido a todas as perguntas e receberemos um relatório do nosso humor e do nosso nível de estresse na semana. Caso o aplicativo identifique que nossos níveis de humor se mantiveram baixos por um longo período de tempo, ele sugerirá que você agende uma consulta com um psicólogo e identificará automaticamente os psicólogos mais próximos de nossa região. Além da função principal do aplicativo, ele também contará com textos explicativos sobre as principais dúvidas em relação a doenças mentais, como a diferença entre ansiedade e estar ansioso, além de definições médicas fornecidas pelo DSM-5 sobre as principais doenças mentais presentes nas pessoas.